O Quinhentismo corresponde a qualquer tipo de literatura produzida sobre o Brasil no século XVI. Uma das formas de representação dessa literatura é a literatura de informação:
Caráter literário
Dada sua finalidade principalmente informativa, a linguagem dos textos do século XVI, em geral, não admite metáforas nem outros artifícios estéticos. Entretanto, o caráter narrativo da maioria das obras e a capacidade imaginativa dos autores contribuem para fazê-los superar os relatórios burocráticos ou científicos.
Estilo e deslumbramento
No que se refere à linguagem, podem-se encontrar nos textos do século XVI preocupações estilísticas semelhantes às dos prosadores portugueses do mesmo período. Assim, as características estilísticas se unem à criatividade e às manifestações de emoção dos autores, modificando o caráter informativo/utilitário dos textos revelando valores artísticos e literários. Esses valores são reforçados na medida em que os textos apresentam particularmente o deslumbramento e o entusiasmo do europeu diante da natureza exuberante dos Trópicos.
Influência sobre romantismo e modernismo
Os textos da literatura informativa também repercutiram em muitos autores brasileiros dos séculos posteriores. Em meados do século XIX, num momento histórico marcado pela necessidade de afirmar a nacionalidade recém-adquirida, os escritores do Romantismo, como Gonçalves Dias e José de Alencar vão pesquisar as origens do país nos textos quinhentistas. Deles extraem a imagem do índio que utilizarão como personagem-símbolo da nacionalidade.
A primeira geração do Modernismo vai se debruçar sobre os textos do século 16 para propor uma nova noção de nacionalismo, que questionava satiricamente os padrões culturais europeus seguidos no Brasil. A carta de Pero Vaz de Caminha é ironizada no capítulo 9 (Carta prás Icamiabas) do "Macunaíma", de Mário de Andrade.
A primeira geração do Modernismo vai se debruçar sobre os textos do século 16 para propor uma nova noção de nacionalismo, que questionava satiricamente os padrões culturais europeus seguidos no Brasil. A carta de Pero Vaz de Caminha é ironizada no capítulo 9 (Carta prás Icamiabas) do "Macunaíma", de Mário de Andrade.
Principais autores e obras
Assim, pode-se afirmar que os textos do século XVI apresentam interesse literário:por servir de inspiração à literatura brasileira de épocas posteriores.
Os estudos de literatura brasileira consideram como seu objeto somente os textos escritos em português. Em sua "História Concisa da Literatura Brasileira", o professor Alfredo Bosi aponta os cinco autores e obras mais significativas do século XVI. São eles
Os estudos de literatura brasileira consideram como seu objeto somente os textos escritos em português. Em sua "História Concisa da Literatura Brasileira", o professor Alfredo Bosi aponta os cinco autores e obras mais significativas do século XVI. São eles
Para completar o quadro da literatura brasileira no século XVI, porém, não se pode deixar de olhar com mais atenção para as obra do padre José de Anchieta que, paralelamente ao trabalho religioso, desenvolveu uma constante atividade literária. Escreveu numerosos autos teatrais com finalidade de catequese, e uma grande quantidade de poemas, em português, espanhol, tupi e latim, cujos méritos artísticos são reconhecidos pela crítica literária. Além disso, publicou um estudo linguístico intitulado "Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil" (1595).
Beijos, Camyla Rolim
Olá, Camyla. Acho que seria interessante postar poemas modernistas que fizeram releituras da carta de Pero Vaz de Caminha e de outros cronistas. A exemplo, temos os poemas de Oswald de Andrade e Murilo Mendes, além de outros.
ResponderExcluirUm abraço!
O Quinhentismo foi o primeiro movimento literário no Brasil. Em relação aos demais, sua importância é um tanto quanto menos expressiva na literatura, por não apresentar nenhum escritor brasileiro,mas tem sua efetiva importância pelo fato de mostrar a literatura pedagógica dos jesuistas e também de enfatizar o caráter documental sobre o Brasil de cronistas e viajantes estrangeiros.
ResponderExcluirIngridy Lima