segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Conhecendo Murilo Mendes

Murilo Monteiro Mendes, nasceu dia 13 de maio de 1901, em Juiz Fora, Minas Gerais. Aos 9 anos teve uma revelação poética ao assistir a passagem do cometa Halley. Em 1917, fugiu do colégio em Niterói para assistir, no Rio de Janeiro, às apresentações do bailarino Nijinski. Muda-se definitivamente para o Rio em 1920. Os anos de 1924 a 1929 foram dedicados à formação cultural e à luta contra a instabilidade profissional. Foi arquivista no Ministério da Fazenda e funcionário do Banco Mercantil. Nesse período publica poemas em revistas modernistas como "Verde" e "Revista de Antropofagia". Seu primeiro livro, "Poemas", é publicado em 1930. É agraciado com o Prêmio Graça Aranha. Em 1934 converte-se ao catolicismo e, nesse mesmo ano interna-se em um sanatório em Petropólis por estar com tuberculose. Em 1946, torna-se escrivão da 4ª Vara de Família do Distrito Federal. Em 1947 se casa com Maria da Saudade Cortesão.  Cumpre missão cultural na Europa, proferindo diversas conferências. Muda-se para a Itália em 1957, onde se torna professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma. Foi também professor na Universidade de Pisa. Seus livros são publicados por toda a Europa. Em 1972, recebe o prêmio internacional de poesia Etna-Taormina. Murilo Mendes morre em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1975.
Murilo Mendes começou pelo humor da poesia modernista, passando pelo catolicismo, o misticismo, o onírico e mesmo o insólito, sempre mantendo a plasticidade imagética. Até atingir uma objetividade que beira os fatos históricos, visto que apresenta paisagens carregadas de estilhaços e fragmentos da história.

Um dos poemas de Murilo Mendes é:

O homem, a luta e a eternidade

Adivinho nos planos da consciência
dois arcanjos lutando com esferas e pensamentos
mundo de planetas em fogo
vertigem
desequilíbrio de forças,
matéria em convulsão ardendo pra se definir.
Ó alma que não conhece todas as suas possibilidades,
o mundo ainda é pequeno pra te encher.
Abala as colunas da realidade,
desperta os ritmos que estão dormindo.
À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando!


Um dia a morte devolverá meu corpo,
minha cabeça devolverá meus pensamentos ruins
meus olhos verão a luz da perfeição
e não haverá mais tempo.


Bjos, Maria Carolina



Nenhum comentário:

Postar um comentário