sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Literatura Renascentisca

O MOVIMENTO       
  Primeiro grande movimento cultural burguês dos tempos modernos, o Renascimento enfatizava uma cultura laica (não-eclesiástica), racional e científica. O movimento foi a eclosão de manifestações artísticas, literárias, filosóficas e científicas do novo mundo urbano e burguês.
        Inspirando-se, sobretudo, na Antiguidade Clássica, seu elemento principal foi o humanismo. A expressão humanismo refere-se  a uma série de valores e ideais relacionados à celebração do ser humano. O Humanismo levou a concepção do homem como o centro do universo (isto é, o antropocentrismo), o humano ocupando o lugar central até então dominado pelo divino e o extraterreno. Começaram também a sobressair valores modernos, burgueses, como o otimismo, o individualismo, o hedonismo, o racionalismo, o naturalismo e o neoplatonismo.

LITERATURA RENASCENTISTA            
              A literatura do Renascimento deu destaque à personalidade individual. Novas formas, como os ensaios e as biografias, tornaram-se importantes. A maior parte da literatura medieval fora escrita em Latim. Os escritores do Renascimento começaram a adotar línguas vernáculas, isto é, de seus próprios países de origem, como o italiano, o alemão e o português. A literatura renascentista também foi marcada por uma forte crítica social nas obras literárias e no sentimento anticlerical (contra o clero), isto é, muitas obras criticavam a Igreja católica.
              No campo literário, o Renascimento encontrou sua expressão máxima nas obras de homens como o italiano Dante Alighiere com sua obra A Divina Comédia e La Vita nuova (A Vida nova), coleção de poemas; o italiano Francesco Petrarca (De África); Boccaccio (Decameron); Marsílio Ficino (Opera Omnia); Pietro Aretino (Sonnetti Lussuriosi); François Rabelais (Gargantua e Pantagruel); Thomas Morus (Utopia); William Shakespeare (Romeu e Julieta, Hamlet, etc.); Miguel de Cervantes (Dom Quixote) e Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas).

Alguns Representantes:

               Marsílio Ficino (1433 – 1499) foi um dos principais escritores da renascença européia. Um dos fundadores do neoplatonismo renascentista, Ficino discute questões pertinentes ao afeto que une os seres humanos: o “amor”.

Texto e Contexto
“Platão chama ao amor uma coisa amarga, e com toda a justiça, porque aquele que ama, morre. Orfeu o chama agridoce, porque o amor é uma morte voluntária. Como morte, é amarga; como voluntária que é doce. Todo aquele que ama, morre. Pois seu pensamento, esquecido de si mesmo, certamente não pensa em si. Uma alma como esta, afetada assim, não atua nela mesma, porque a principal operação da alma é precisamente o pensamento.
duas espécies de amor: amor simples e amor recíproco ou mútuo. Há amor simples quando o amado não ama o amante. Em tal caso, o amante está totalmente morto. Pois não vive em si – como já o demonstramos – nem tampouco no amado, pois é rechaçado por ele. Onde vive então? Acaso no ar, na água, no fogo, na terra ou em qualquer corpo animal? De forma alguma. A alma humana não vive em outro corpo que não seja humano. Ou viverá por acaso no corpo de outro homem a quem não ama? Nem isto. Pois se não vive naquele o qual deseja ardentissimamente viver, como poderá viver em outro? Quem ama a outro e não é amado por ele, não vive em nenhuma parte. Está, portanto, totalmente morto o amante não amado. Nem voltará a viver, a menos que a indignação o ressuscite. Mas quando o amado responde com amor, então o amante vive ao menos nele. Algo certamente maravilhoso se produz aqui!”
(FICINO, Marsílio. “Opera Omnia”. In: Marques, Adhemar Martins; Berutti, Flávio Costa e Faria, Ricardo de Moura. História Moderna através de textos. Editora Contexto, 1989. p. 95 – 6
.)


                 Luís Vaz de Camões (1524–1580) é frequentemente considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. Das suas obras, o poema épico intitulado Os Lusíadas é a mais significativa. A epopeia, escrita em língua vernácula, narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopéia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã greco-romana à visão cristã, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer e nas exigências de uma visão heróica.

“As armas e os Barões assinalados / Que, da Ocidental praia Lusitana, / Por mares nunca d’antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana [ilha do Índico] / Em perigos e guerras esforçados, / Mais do que prometia a força humana, / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram...”
“Cessem do sábio Grego e do Troiano / As navegações grandes que fizeram; / Cale-se de Alexandro e de Trajano / A fama das vitórias que tiveram; / Que eu canto o peito ilustre Lusitano, / A quem Netuno e Marte obedeceram. / Cesse tudo o que a Musa antiga canta, / Que outro valor mais alto se alevanta.”
(CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1931.)

Espero que tenham gostado! Podem comentar, o que acham das obras e dos artistas! Beijos,
Camyla Rolim
Ps: Não deixem de ver as postagens anteriores


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