quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Música como parte da Literatura


“A Flor e o Espinho” é uma composição de Nelson Cavaquinho(1911-1986) , Guilherme de Brito(1922-2006) e Alcides Caminha(1921-1992) .

A canção foi gravada inicialmente pelo cantor Raul Moreno (disco Todamérica), em 1957, mas não alcançou grande destaque. Foi regravada então em 1964 por Elizeth Cardoso no disco “Elizeth Sobe o Morro” e assim atingiu enorme sucesso de público e crítica.

Sérgio Porto considerava os versos iniciais de "A Flor e o Espinho" uma das mais belas imagens de nosso cancioneiro: "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor". Na verdade, estes versos que são de Guilherme de Brito - ficaram tão famosos, que se tornaram uma espécie de marca registrada da obra de Nelson Cavaquinho, que é autor somente da melodia. Aliás, em todas as composições da dupla, Nelson fez sempre as melodias e Guilherme as letras.
 

“A Flor e o Espinho" é uma composição (feita durante um encontro na Praça Tiradentes, no Rio) que sintetiza o estilo poético/musical da dupla, marcado por um lirismo angustiado, pessimista, em que ressalta uma constante preocupação com a morte e as tragédias da vida. Isso, de certa forma, contrasta com a personalidade de Nelson, por toda a vida um boêmio irreverente, inveterado trovador de botequim.

Carlos Caminha, que também participou da composição, é nada mais nada menos que o conhecido cartunista erótico das décadas de 60/70 Carlos Zéfiro.

“A Flor e o Espinho” fez parte da trilha sonora do filme “Sabor da Paixão” ou, no original “Woman on Top” (2000 - Paulinho Moska).


A FLOR E O ESPINHO
( Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Alcides Caminha)

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'agua
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor

Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor.



Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=NDCLa453ajk


Beijos, Thayná Rezende

4 comentários:

  1. Essa música retrata uma paixão que não foi correspondida, onde um se arrepende de ter juntado uma alma ao outro, já que são tão diferentes como o sol e a lua.Antes era a rosa, e agora torna-se espinho.É a tristeza de um amor que se acaba.

    ResponderExcluir
  2. Na minha opinião essa musica fala sobre um amor que se acabou, e o eu-lírico se culpa de ter se entregado tanto a esse amor que provavelmente ele não consegue esquecer e quer que esse amor volte. Mas para seu(sua) amado(a) esse amor já se acabou para ele(a) ele já se tornou espinhos em sua vida.
    -Rafaela Maciel

    ResponderExcluir
  3. Entendo que essa canção sugere um amor tão intenso que chega a virar sofrimento.O eu lírico parece estar verdadeiramente apaixonado por seu parceiro.Esse amor tão grande que ele sente pelo outro passa a ser dor no momento em que já não da mais certo e acaba para uma das partes, e, mesmo ele amando incondicionalmente, não deixa que o outro perceba, tentando evitar o sofrimenento deste último.

    ResponderExcluir
  4. Essa canção retrata bem um amor que chegou ao fim de uma forma não muito boa, pois uma das duas pessoas que estava no relacionamento saiu triste dessa relação, saiu com dor.

    ResponderExcluir